Supermercados são pioneiros

Vender bem e cada vez melhor, contribuir com o meio ambiente e ao mesmo tempo ser socialmente responsável é um sonho possível de ser alcançado no varejo. A Super Rede, por exemplo, extrapola a cadeia produtiva, que vai do fornecedor ao consumidor final, e coleta resíduos, recicla, reaproveita, conscientiza e ajuda a gerar renda para quem necessita.

Nas seis empresas do grupo (Super Frangolândia, Super Lagoa, Super do Povo, Super Polar, Super Compre Certo e Pinheiro Supermercado), ações de sustentabilidade como o estímulo ao uso de sacolas retornáveis e caixas de papelão; a coleta de tampinhas, doadas ao Lar Torres de Melo; e de óleo de cozinha, com destinação para reciclagem; são desenvolvidas evitando impacto no meio ambiente e gerando renda para jovens e idosos.

Caixas de papelão são opções para substituir as sacolas plásticas na hora de embalar as compras do supermercado para levar os produtos para casa - Viviane Pinheiro

Segundo Denis Melo, de 23 anos, gerente de mercearia da loja Frangolândia localizada na Varjota, já virou hábito no estabelecimento separar latas, papel, vidro, garrafas pet, sacos plásticos e caixas de papelão. Depois de acumular os resíduos no depósito da loja, esses materiais passam pela prensa, antes de irem para reciclagem. "Há todo um revezamento do pessoal de loja para coletar permanentemente esses resíduos. Durante as oito horas do meu expediente, esse processo de coleta e prensagem é realizado 14 vezes, gerando 14 blocos por turno de trabalho diariamente, sendo oito de papelão e o restante de plástico", explica.

Estímulo à substituição

Na frente de cada guichê, um depósito acumula parte das caixas de papelão, deixando-as à disposição dos clientes para estimular a substituição das sacolas plásticas, que degradam o meio ambiente. "Há momentos em que zeram as caixas, tamanha é a receptividade de nossos clientes. A gente tem que esvaziar caixas de produtos o tempo inteiro para dar conta", explica.

Hábito crescente

O hábito crescente entre os clientes começou internamente, com o incentivo dos funcionários. "Há tempos que deixamos de usar sacolas plásticas. A feira que cada funcionário leva para casa segue em caixas. Hoje isso se tornou uma prática normal", afirma Denis Melo.

Nos caixas da loja também estão disponíveis sacolas retornáveis vendidas a preço de custo (R$ 1,99). Na entrada do supermercado, outra ação sustentável: um tambor para coleta de óleo de cozinha, levado pelos clientes em garrafas pet.

Em dois anos, foram comercializadas pela Super Rede mais de 300 mil sacolas nas 36 lojas. Na reciclagem de óleo, foram recolhidos cinco mil litros no período de seis meses, entre março e agosto deste ano. O resíduo líquido coletado é enviado para a Cooperativa Socioambiental e Reciclagem de Quixadá (Ó-Limpo), por meio da empresa Meta Ambiental. Chegando na cooperativa, o óleo é processado para ser enviado à Petrobras, que utiliza a matéria-prima na produção de biodiesel.

O Super Lagoa é exemplo no estímulo à doação de tampinhas por seus clientes. O esforço se justifica com o fim que é dado ao material. Mensalmente o estoque acumulado na loja é somado ao de outros estabelecimentos e organizado em fardos, que seguem para doação ao Lar Torres de Melo - instituição que presta assistência a idosos carentes, em Fortaleza.

Por sua vez, a entidade as recebe e envia para reciclagem industrial. O dinheiro apurado ajuda a instituição a pagar algumas despesas, comprar medicamentos, fraldas geriátricas e outras necessidades dos internos. Nos dois primeiros meses da campanha, foram arrecadados 500 quilos de tampinhas.

Marcelo Bessa, 39 anos, gerente do Super Lagoa do North Shopping, afirma que a maioria dos clientes já está consciente da importância de doar as tampinhas. "No início, vimos que poucas eram as doações. Então orientamos os operadores de caixa a reforçarem a campanha com cada cliente que comprasse refrigerante em garrafa pet. Eles passaram a explicar que as doações se destinavam ao Lar Torres de Melo e sobre os benefícios aos idosos", lembra.

Mais iniciativas

Nas lojas do Pão de Açúcar e Extra, desde 2001, existem as Estações de Reciclagem. Além dessa iniciativa, os estabelecimentos promovem a arrecadação de baterias, celulares e assessórios. No Walmart, o cliente recebe R$ 0,03 de desconto por cada sacola plástica não utilizada. Até hoje, mais de R$ 900 mil foram concedidos em abatimentos, representando a economia de 30 milhões de sacos. Já o Carrefour, vai até a casa do consumidor retirar os eletrodomésticos sem utilização. (AC)

Novos hábitos

300 mil sacolas retornáveis foram vendidas na Super Rede em dois anos. Cinco mil litros de óleo foram recolhidos em seis meses.

Fonte: Diário do Nordeste